Austrália acusa hackers ligados à China de tentarem infiltrar infra-estruturas críticas

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O chefe dos Serviços de Informação e Segurança australianos (ASIO, na sigla original) alertou nesta quarta-feira para um aumento sem precedentes da espionagem e sabotagem cibernética, acusando piratas informáticos ligados a Pequim de tentarem infiltrar-se em infra-estruturas críticas do país.

Durante uma intervenção no Fórum Anual da Comissão Australiana de Valores Mobiliários e Investimentos (ASIC), em Melbourne, Mike Burgess afirmou que a Austrália atingiu já o limiar de uma “sabotagem de alto impacto”.

Segundo o responsável da ASIO, os grupos conhecidos como Salt Typhoon e Volt Typhoon são compostos por hackers “ao serviço da inteligência e das Forças Armadas da China”, tendo já comprometido redes críticas nos Estados Unidos e explorado as australianas com o objectivo de obter “acesso persistente”.

Essas intrusões permitiriam, se necessário, desligar serviços essenciais ou sabotar sistemas inteiros”, afirmou.

Burgess alertou ainda que os alvos não se limitam ao sector militar, mas incluem também empresas privadas, com roubo de segredos comerciais, dados pessoais e propriedade intelectual.

“Num caso, a espionagem deu vantagem a um país estrangeiro em negociações comerciais; noutro, a cópia de um design australiano quase levou o seu criador à falência”, exemplificou.

Um relatório conjunto com o Instituto Australiano de Criminologia estima que o custo da espionagem para o país ascendeu a 12,5 mil milhões de dólares australianos (cerca de 7,3 mil milhões de euros) no exercício de 2023-24, incluindo dois mil milhões relativos ao roubo de segredos comerciais.

As relações entre a China e a Austrália têm sido marcadas por tensões nos últimos anos, incluindo disputas comerciais, acusações de espionagem e divergências diplomáticas.

Após décadas de cooperação económica, Camberra adoptou uma posição mais firme face a Pequim, sobretudo em áreas como segurança, investimento estrangeiro e tecnologia.

Ainda assim, o actual primeiro-ministro australiano, Anthony Albanese, tem procurado aliviar as tensões e restabelecer canais de diálogo, ao contrário da administração anterior.

Esta mudança de tom ficou patente na visita oficial de Albanese à China, em Julho, e no encontro bilateral com o primeiro-ministro chinês, Li Qiang, em Outubro, à margem da cimeira da ASEAN, onde defenderam uma relação “mais madura e estável”.

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