Marcelo destaca “contributo histórico” de Portugal no 50º aniversário da independência de Angola

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Entre os “altos e baixos da colonização”, Marcelo Rebelo de Sousa frisou o “contributo histórico” português para que “houvesse uma unidade [em Angola] que não houve noutros países”. Em Luanda, após um curto encontro no Palácio Presidencial com o chefe de Estado angolano, João Lourenço, na véspera das comemorações do 50º aniversário da independência angolana, o Presidente português afirmou na segunda-feira, 10 de Novembro, que as relações entre os dois países atravessam “um momento excelente”.

“Angola está sempre no coração de Portugal e nós sabemos que Portugal está no coração de Angola”, afirmou. A referência ao colonialismo português no discurso do Presidente angolano “faz parte” do momento em que se comemora a “luta pela libertação, pela independência”, explicou Marcelo, citado pela agência LUSA.

“Muito feliz” com o sucesso de Angola após 50 anos de independência, o chefe de Estado português considera que o país “é uma potência” que se afirma em vários domínios,

Marcelo dá como superada a “crispação, tensão e dificuldade de relacionamento com Angola” que se verificou no pós-25 de Abril. “Hoje não encontro isso nem ao nível do poder, nem ao nível das pessoas, nem ao nível das actividades económicas — pelo contrário”, explicou.

“Os grandes vencedores têm sido os portugueses e angolanos que persistiram e ganharam”, declarou, sublinhando que, em dez anos de Presidência, houve apenas dois que não correram muito bem, devido a um “irritante” que dificultava as relações — referindo-se ao processo judicial contra o ex-vice-presidente angolano Manuel Vicente, acusado pelo Ministério Público português na Operação Fizz.

Marcelo Rebelo de Sousa concluiu a intervenção frisando que “Angola tem muito mérito, mas país como Portugal não há”, destacando que “o que é bom para Portugal é bom para Angola”.

“Há muito ainda a fazer”

Portugal é “um exemplo paradigmático” de como é possível ultrapassar as dificuldades da História, considerou o ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, esta segunda-feira, 10, destacando que a relação com Angola é “única”, mesmo no espaço lusófono, uma vez que “tem uma magia, um lugar no nosso imaginário que nenhuma das outras [relações com ex-colónias] tem”.

O chefe da diplomacia portuguesa, que acompanhou o Presidente da República na visita a Angola, afirmou ainda que Portugal conseguiu “ultrapassar uma fase que podia ser altamente traumática”, referindo-se à relação mantida com os países lusófonos após as respectivas independências.

“Há muito ainda a fazer”, acrescentou, em declarações aos jornalistas na residência do embaixador português em Angola, Francisco Alegre Duarte, frisando que “a ligação entre os dois países é infindável”.

“Não obstante o passado colonial, a guerra e toda a turbulência que se seguiu à independência, fomos capazes de construir uma relação que assenta na igualdade e no respeito mútuo. Devemos estar orgulhosos deste percurso”, afirmou Francisco Alegre Duarte, também na véspera das comemorações.

O embaixador referiu dois marcos que considerou de “alcance histórico” no quadro das comemorações conjuntas dos 50 anos do 25 de Abril e da independência de Angola: a reabilitação da Fortaleza de São Francisco do Penedo e a recuperação dos talhões militares portugueses no cemitério de Sant’Ana, ambos localizados em Luanda.

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