Depois das estrelas criadas em 1926, para distinguir a gastronomia de excelência, e das chaves em 2024, para reconhecer a melhor hotelaria, o Guia Michelin lançará, em 2026, uma nova distinção: as uvas, destinadas a premiar as adegas de excepção. Sem surpresas, começa pela França, com Borgonha e Bordéus a serem as primeiras regiões avaliadas.
Esta expansão acontece “de forma natural”, lê-se no comunicado do famoso guia, já que o vinho é uma “referência-chave da experiência gastronómica”. Recorde-se que o Guia Michelin já destaca as melhores cartas vínicas através do pictograma ‘vinho’, criado em 2004 para distinguir as harmonizações de alta qualidade. Quinze anos depois, foi instituído o prémio Michelin para a Sommellerie, que “reconhece os profissionais cujo talento permite melhorar a experiência dos comensais, graças a uma selecção do vinho e a um serviço exemplares”.
“Após guiar os amantes da gastronomia para as melhores mesas em mais de 70 destinos, e para alojamentos excepcionais em todo o mundo, o Guia Michelin tem o prazer de inaugurar um novo capítulo com o universo do vinho”, declara Gwendal Poullennec, director internacional do guia de referência. O responsável realça ainda que este novo prémio “é dirigido tanto aos neófitos curiosos, como aos especialistas apaixonados, e destaca as mulheres e os homens que, em todo o mundo, dão forma, com talento e exigência, às adegas de hoje e de amanhã”.
Cinco “critérios precisos”
Tal como as estrelas e as chaves, as uvas Michelin(1, 2 e 3 Uvas) querem tornar-se uma referência para os amantes do vinho. A Michelin premiará não só as adegas, mas também os profissionais que lhes dão vida, ou seja, viticultores, cooperativas e associações. Com esta distinção, o guia quer “destacar histórias únicas, conhecimentos transmitidos de geração em geração, assim como novas abordagens e práticas contemporâneas, avaliados de acordo com uma metodologia rigorosa e independente”.
Gaelle Cloarec
Em avaliação estarão cinco “critérios precisos”, iguais para todo o mundo. O primeiro é a qualidade da agronomia. Neste caso, “a avaliação incide sobre a saúde dos solos, o equilíbrio das videiras, e os cuidados dispensados à vinha”.
A especialização técnica é o segundo padrão em estudo. Aqui, os inspectores analisam “o rigor da vinificação, que tem de ser “capaz de produzir vinhos bem elaborados, que reflictam o terroir e a casta, sem defeitos perturbadores, que alterem a sua expressão”.
O terceiro é a identidade e, neste parâmetro, o objectivo é “valorizar os viticultores e viticultoras que criem vinhos capazes de expressar a personalidade, o lugar e a cultura que os moldaram”.
O equilíbrio é o quarto elemento avaliado e, em análise, estão a harmonia entre acidez, taninos, madeira, álcool e doçura.
Por fim, os inspectores examinam a constância. “Os vinhos são avaliados em várias colheitas, a fim de verificar a sua constância em termos de qualidade, inclusive em anos difíceis. O guia destaca os vinhos que ganham em qualidade com o passar do tempo”.
A avaliação ficará a cargo de inspectores especializados em vinho, todos profissionais e empregados do grupo Michelin. Os membros desta equipa internacional serão seleccionados não só pelas “suas qualificações, como pela sua capacidade para avaliar regiões vinícolas de todo o mundo com rigor, independência e integridade”, diz a Michelin.
As regiões escolhidas para dar o pontapé de saída desta nova distinção – Bordéus e Borgonha – são duas das regiões emblemáticas do panorama vitivinícola mundial. “Uma escolha significativa, que celebra a diversidade, a profundidade histórica, e a riqueza cultural, do vinho francês”, realça a Michelin no comunicado.
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