Palcos da semana: Vhils, emergentes, curtas e novo circo

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De olho em Vhils

Pedra, papel, cimento. Não é um jogo de mãos. É uma amostra dos muitos materiais utilizados por Alexandre Farto, o artista que se fez à arte urbana como Vhils pelo mundo fora, e a quem o Mude – Museu do Design dedica a exposição com que fecha o ano — uma boa panorâmica do seu trajecto a partir de um olhar particular. Alexandre Farto Aka Vhils. Selected Editions. 2008-2024 reúne cerca de 70 peças — de cartazes a esculturas, passando por fragmentos, imagens de empenas e outros registos de intervenções em espaço público — com um alcance temporal de 16 anos, quase 17.

Focada nas edições “enquanto meio privilegiado de experimentação e colaboração com outros artistas” e também na “forte intencionalidade comunicativa” da obra de Vhils, permite vislumbrar o âmago do seu processo artístico, com atenção ao detalhe e à precisão que lhe são essenciais, mas que podem escapar a quem se deixe distrair pelos explosivos, as escavações ou o martelo pneumático. É co-organizada pelo museu lisboeta e o Vhilstudio, com curadoria de Pedro Ferreira, e pode ser complementada com Clay, a colecção de azulejos que é apresentada paralelamente.

Ouvir em caso de emergência

Por esta altura, enquanto uns se entregam a balanços, outros começam a fazer apostas no que aí vem. O Festival Emergente é destes últimos, reservando a recta final do ano para mostrar ao vivo uma colheita de novos talentos em frentes sónicas diversas. Provêm de uma open call que registou um número recorde de 134 candidaturas. Esta sétima edição é a segunda na Bota, a sala dos Anjos para onde o festival se mudou de bagagens e amplificadores no ano passado.

Convoca uma dúzia de novas bandas, a que se juntam seis convidadas e três DJ sets. O primeiro grupo é composto por Adoro Protocolo, Beatriz Madruga, Canalzero, Falcona, Lesma, Mangualde, Mão Cabeça (escolha do público), Markzs, Mokina, Parque Império, Roadkill e RT-Fact. Os “iscos” de créditos já firmados são Inóspita, Malva, Divã, Bbb Hairdryer, Chat GRP e Maquina. Mickey the Frog, Trëma e Ree Baby Simms escolhem a música para dançar.

Novo ano, novo circo

No ano passado, voou pelo heliporto; este ano, instala-se à beira da Descansa Pernas, hospedaria cujo parqueamento serve de base às manobras de novo circo proporcionadas pela Lavrar o Mar. Esta cooperativa cultural tem sido responsável por levar artes performativas à serra algarvia e Costa Vicentina, e este minifestival na transição do ano é uma das expressões dessa missão.

Que fique então lavrada em acta a presença, nesta edição, de duas trupes francesas que trazem produções “amplamente reconhecidas pela circulação europeia e pela qualidade artística”, sublinha a organização. Trazem “visões inovadoras” que “combinam elevada exigência técnica, dramaturgia original, humor, fascínio e uma reflexão contemporânea sobre o mundo e a condição humana”, acrescenta. São elas a companhia Rasposo, com “uma fábula visual e acrobática” chamada Hourvari, e o Cirque Trottola com os contrastes de Strano, algures “entre a leveza e o risco, a poesia e o grotesco”.

O Dia Mais Curto

O Inverno está a chegar, anuncia o solstício no hemisfério norte. Há quem desfrute da noite mais longa, quem contemple o dia com menos horas de luz solar e quem aproveite, como a vila-condense Agência da Curta Metragem, para passar O Dia Mais Curto em festa nos cinemas. Da Amadora a Viseu, passando pelo Porto, Ourém ou Pico, está em exibição em salas, cineclubes, teatros, bibliotecas, centros culturais e outros cenários por todo o país, por vezes com actividades paralelas adicionadas localmente às sessões.

O cartaz organiza-se em quatros programas: Curtas do Mundo, com “o melhor do cinema internacional”; Novas Curtas Portuguesas, com olhares premiados de realizadores emergentes; Curtinhas para Todos, à espera das famílias; e Amiguinhos, “com animações ternurentas que despertam o gosto pelo cinema desde cedo”. A iniciativa também pode ser sintonizada em streaming (via Filmin) e na televisão (Cinemax na RTP2, TVCine Edition e Canal 180).

Ovo a caminho

Depois de ter estado por cá em Abril com a parada festiva de Corteo, o Cirque du Soleil regressa para alimentar fantasias de Natal com mais uma dose de Ovo, o espectáculo que se vê como quem pega numa lupa para observar um mundo de insectos curiosos, irrequietos e capazes das mais arriscadas acrobacias. Um universo que, neste regresso, traz a promessa de “novos actos e personagens”.

Não é só uma colecção de números de novo circo. É uma fábula em movimento, onde o diferente se estranha e depois se abraça. E tem assinatura da coreógrafa carioca Deborah Colker, a quem também devemos um Cão Sem Plumas a partir da poesia de João Cabral de Melo Neto ou uma Sagração entre Stravinsky e um Brasil primitivo.

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