Bebé com 14 dias morre de hipotermia na Faixa de Gaza

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Um bebé recém-nascido morreu de frio no início desta semana na Faixa de Gaza, sem aquecimento adequado e sem transporte de emergência para o hospital. Mohammed Abu al-Khair tinha 14 dias.

Em comunicado, o Ministério da Saúde da Faixa de Gaza informou na terça-feira que o óbito foi declarado a 15 de Dezembro, no Hospital do Crescente Vermelho, em Khan Younis.

A mãe, Eman Abu al-Khair, acordou na madrugada de 13 de Dezembro para ver se o filho estava bem, mas encontrou-o “frio como gelo” e com dificuldades em respirar, como conta à Al Jazeera. A família vive em tendas no campo de refugiados de Mawasi desde que foi forçada a deixar a sua casa, no Leste de Khan Younis.

Sem acesso a transporte de emergência, os pais tiveram de esperar que amanhecesse para levar o bebé ao hospital, mas por essa altura já Mohammed se encontrava em estado crítico. Passou dois dias internado numa unidade de cuidados intensivos pediátricos, mas acabou por morrer na manhã de domingo.

Desde o início do mês, de acordo com as autoridades locais, pelo menos 17 pessoas (incluindo quatro crianças) morreram na Faixa de Gaza devido ao frio e mau tempo.

Segundo as Nações Unidas (ONU), o mau tempo já afectou mais de 55 mil famílias, que viram as suas tendas e abrigos temporários danificados pelas chuvas e ventos fortes, arrastados ou inundados, deixando ainda mais vulnerável quem já tinha perdido as suas casas e bens ao longo de dois anos de incessantes ataques israelitas.

Mahmoud Bassal, porta-voz da Defesa Civil da Faixa de Gaza, adiantou ainda que 17 edifícios desabaram e outros 90 sofreram derrocadas parciais.

Ainda que a entrada de ajuda humanitária na Faixa de Gaza fosse uma das condições do cessar-fogo acordado a 10 de Outubro, a ONU e várias organizações internacionais de direitos humanos continuam a denunciar restrições impostas por Israel ao seu fornecimento.

“O desastre era previsível; não foi um acidente, foi uma tragédia totalmente evitável. As cenas devastadoras de tendas inundadas e edifícios desmoronados em Gaza que surgiram nos últimos dias não podem ser atribuídas apenas ao mau tempo”, sublinha, em comunicado, Erika Guevara Rosas, directora de Investigação, Advocacia, Política e Campanhas da Amnistia Internacional, denunciando uma “política deliberada de bloquear a entrada de materiais de abrigo e reparação” por parte de Israel.

Munir al-Bursh, director geral do Ministério da Saúde de Gaza, também já alertou para o risco de propagação de doenças respiratórias devido à humidade acumulada no interior das tendas.

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