
Zero pontos. Este continua a ser o número que assombra o Benfica na Liga dos Campeões, depois de ter sofrido nesta terça-feira a sua terceira derrota em outros tantos jogos, perdendo por 3-0 no St. James Park frente ao Newcastle. Neste seu segundo regresso a Inglaterra depois do jogo com o Chelsea, José Mourinho ficou com uma mão cheia de nada e o Benfica ficou em apuros maiores nesta Champions.
Mourinho tem sempre um plano. Para enfrentar o Newcastle, o Benfica tinha de fazer várias coisas, mas uma delas Mourinho identificou como essencial: ter a bola e não deixar os “magpies” fazerem aquilo que, de facto, sabem fazer bem, jogar depressa. E para concretizar essa intenção, o técnico “encarnado” adaptou Tomás Araújo, um central dextro, ao lado esquerdo da defesa, antecipando que iria ter bola, logo havendo margem para, do outro lado Dedic poder ser mais um a ter bola. Isto era o plano para bloquear o adversário. Para ferir, a estratégia que ficará conhecida como “Lukebakioball”.
Enquanto teve bateria, o extremo belga foi o plano A, B e C do Benfica para chegar ao golo. Bola ganha no meio-campo, manda para o Lukebakio. Foi quase sempre assim e com razão. À sua conta, o único extremo puro do Benfica em campo teve nada menos que quatro oportunidades de golo, a aproveitar da melhor maneira a lentidão do gigante Burn (central de 2,01m de altura) para ganhar vantagem. Era uma boa ideia. Só que a bola nunca entrou na baliza de Nick Pope. Já na de Trubin…
Não é muito difícil de perceber como joga a equipa de Nick Pope. Não é de hesitações, nem de jogo demasiado planeado. Sempre que encontrava uma situação em que podia tirar vantagem, tentava furar por ali, com duas setas pelas alas, Gordon e Murphy, e um ponta-de-lança, Woltemade, que é alto, mas não é nenhum tosco. As bolas paradas também eram um momento importante no ataque do Newcastle – com tantos jogadores altos na equipa, era de aproveitar.
Logo aos 8’, um aviso, com António Silva a fazer um corte importante a um passe de Woltemade que tinha Murphy como destino. No canto que se sucedeu, Burn cabeceou e Trubin defendeu. Num minuto, as duas principais estratégias da equipa da casa para vencer o jogo. E o Benfica? Bola em Lukebakio. Aos 15’, Enzo mandou uma bola longa na direcção do belga, ele aproximou-se da baliza, mas Pope defendeu. Seis minutos depois, a bola voltou a ir ter com ele e, de fora da área, acertou no poste.
O Benfica estava a sofrer, mas também estava a aguentar e a mostrar capacidade de conseguir ferir o adversário. Só que o Newcastle não se assustou com as aproximações ocasionais dos “encarnados”, mantendo-se fiel ao seu estilo de pressão e progressão. Foi assim aos 32’ no primeiro golo. Em situação de construção, a equipa procurou Tomás Araújo para lançar o ataque, mas o central, atrapalhado por um adversário, colocou em Aursnes, que nem teve tempo para pensar no que fazer. O norueguês passou mal e o Newcastle viu-se em situação de ataque. De Bruno Guimarães, a bola chegou a Murphy na esquerda e, depois a Gordon no coração da área – sem marcação, o internacional britânico só teve de encostar.
Para o Benfica, agora já não bastava aguentar, tinha de se expandir mais em campo. Sudakov tinha de fazer mais, tal como Pavlidis, que até tentou serpentear várias vezes, sem sucesso, pela defesa dos britânicos. A única coisa que parecia funcionar mesmo era o “Lukebakioball”, e, aos 43’, o belga voltou a estar perto do golo, recebendo bem uma bola de Rios antes de atirar – Pope defendeu bem.
Esperava-se mais do Benfica na segunda parte, mas as pernas dos “encarnados” já não estavam muito frescas – e a única coisa que tinha resultado no primeiro tempo já não estava a resultar no segundo. E nada do que Mourinho fez a partir do banco resultou – na verdade, só fez uma coisa, com Ivanovic a entrar para o lugar do lesionado Dedic, o que mostra bem a confiança que Mourinho tem nos seus suplentes.
O Newcastle, por seu lado, só queria correr. E correu muito para chegar ao 2-0. Aos 70’, bola directa de Nick Pope para Harvey Barnes, que recolheu já no seu meio-campo ofensivo e só parou quando a bola estava dentro da baliza. E aos 83’, outra vez uma jogada simples, rápida e eficaz. Toque de Woltemade, assistência de Gordon e Barnes a fazer o 3-0.
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