Candidatos presidenciais saúdam distinção da economia portuguesa, mas questionam benefícios e reforma laboral

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Vários candidatos presidenciais saudaram este domingo a distinção de Portugal como “economia do ano” pela revista britânica The Economist, mas deixando reparos aos benefícios que chegam à vida dos portugueses ou defendendo que esta é uma prova de que o país não necessita de uma reforma laboral.

Para Luís Marques Mendes, “Portugal ser considerado este ano, entre 36 países dos mais desenvolvidos do mundo, aquele que está em primeiro lugar, é uma notícia excelente”.

“Acho que esta notícia é das coisas mais extraordinárias que o país pode ter”, sustentou o candidato apoiado pelo PSD, durante uma visita ao evento “Óbidos Vila Natal”, sublinhando que a distinção da revista britânica “aumenta a auto-estima e a ambição”.

Luís Marques Mendes afirmou que “é uma boa notícia também para o Governo, porque obviamente que reconhece o acerto de várias decisões governativas”.

“Eu acho que é difícil Portugal ter uma notícia tão boa, tão positiva e tão ambiciosa como esta, e acho que só temos razões para uma coisa, continuar a pedalar cada vez com mais força, nada de parar, intensificar e reforçar para termos um espírito de maior ambição, ambição, ambição, ambição, acho que é a palavra certa neste momento”, defendeu.

O candidato a Presidente da República considerou também que esta distinção pela The Economist deve impressionar “positivamente toda a gente, quem é apoiante do Governo e quem é apoiante da oposição”. “Por uma razão muito simples: todos são portugueses, todos gostam de Portugal, e uma notícia destas de uma entidade independente que não é do Governo nem da oposição, gera auto-estima, maior confiança no país e maior esperança no futuro”.

Seguro: “Mais uma razão para não se perceber a necessidade de alterar a legislação laboral”

António José Seguro, por seu lado, considerou que se trata de “uma excelente notícia para o nosso país, quando reconhecem a vitalidade da nossa economia”, mas sublinhando que esta distinção vem mostrar que o país não precisa de uma reforma das leis laborais. “Se repararem, um dos fundamentos desse reconhecimento reside no dinamismo do mercado laboral que temos no nosso país, mais uma razão para não se perceber qual é a necessidade que o Governo tem de alterar a legislação laboral”, afirmou o candidato apoiado pelo PS, que visitou também o evento “Óbidos Vila Natal”.

“É uma vitória do país. No meio de tantas notícias negativas, haver uma notícia positiva, isso é bastante estimulante e é bastante positivo. E como candidato da Presidente da República, fico sempre feliz, cada vez que reconhecem fora de Portugal, o esforço que os trabalhadores e as empresas fazem para nós termos uma economia que cria mais riqueza e também possa ter melhores salários”, acrescentou Seguro.

Ventura: “As pessoas sabem que as coisas não são assim”

André Ventura exortou o Governo a encarar a economia “como um serviço às pessoas” ao invés de se preocupar com “uma aritmética de números” ou “um Excel para mostrar à União Europeia”. “Gostava que o Governo se preocupasse com a pobreza nos mais velhos, se preocupasse com o nível que temos hoje de pessoas a depender de subsídios do Estado para ter qualquer coisa em vez de se preocupar com aritmética”, afirmou aos jornalistas, em Évora.

Referindo-se à classificação de Portugal como “economia do ano”, o presidente do Chega defendeu que é preciso conhecer os critérios deste ranking e lembrou que o país integra outros rankings menos positivos.

“Portugal também está noutros rankings maus de pobreza dos seus idosos e dos reformados, também está em rankings maus de subsidiodependência e de dependência do estado da economia, de níveis de burocracia”, contrapôs, referindo tratar-se de uma questão que tem de ser encarada de “todos os lados”.

“As pessoas sabem que as coisas não são assim”, referiu André Ventura.

Cotrim: “Continuamos com 10 a 11 países à nossa frente”

Para João Cotrim Figueiredo, candidato presidencial apoiado pela IL, Portugal precisa de maior ambição e de uma atitude mais aberta à mudança e o ranking da The Economist não vem mudar essa necessidade.

“Não vou dizer que não é agradável. Mas olho para além dos títulos. Fui ver exactamente como era feito o ranking. Continuamos com 10 a 11 países à nossa frente do ponto de vista de crescimento económico. Estamos de facto a comparar-nos com um conjunto de países europeus todos eles em relativa apatia. E as excepções são países que estão a recuperar de um impacto da pandemia bastante mais profundo do que outros”, disse.

Segundo João Cotrim Figueiredo, quando o país não se prepara para as mudanças que acontecem na Europa e no mundo, não aproveita as oportunidades que essas mudanças trazem. Para o candidato, compete a um Presidente da República “ser a referência optimista e confiante” e assumir o papel de voz mobilizadora para que o país não caia “no marasmo de achar que ficar parado é algo que é suficiente”.

O primeiro-ministro, Luís Montenegro, também já tinha reagido ao anúncio da revista britânica, considerando que se trata de um “reconhecimento internacional excepcional” e “uma justa aclamação do mérito e do trabalho dos portugueses e reforça a motivação do Governo em seguir o rumo que nos trouxe até aqui nos últimos meses”.

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