
Depois de o ministro da Presidência, António Leitão Amaro, ter dito que “Portugal fica mais Portugal” com a aprovação da nova Lei da Nacionalidade, Henrique Gouveia e Melo responde que “Portugal fica mais Portugal quando as grávidas não tiverem de parir na rua ou nas ambulâncias”. No programa Política com Assinatura, da Antena 1, o candidato às eleições presidenciais de 18 de Janeiro atira ao Governo por ir atrás do Chega para desviar atenções do essencial e pelos problemas na Saúde, considerando que “se a ministra da Saúde está a falhar, o primeiro-ministro também está”.
Dizendo ser “a favor de uma Lei da Nacionalidade que regule a entrada” de imigrantes “para lá do que é normal” e criticando o anterior Governo socialista por não ter tido uma política de integração de imigrantes, Henrique Gouveia e Melo não concordou com o ministro da Presidência, quando disse que “Portugal fica mais Portugal” com a aprovação da nova Lei da Nacionalidade.
“O que é isso de Portugal mais Portugal? É eu andar enrolado numa bandeira?”, questionou, acrescentando não aceitar “lições de patriotismo”. “Que raio de Portugal é esse?”, interrogou.
A expressão serviu para o candidato a Belém passar para as críticas na Saúde: “Portugal fica mais Portugal quando as grávidas não tiverem de parir na rua ou em ambulâncias.”
“Primeiro-ministro também está a falhar”
Também nesta matéria, e numa semana em que a ministra da Saúde voltou a ser muito criticada depois da morte de uma grávida no hospital Amadora-Sintra, o almirante na reserva atirou ao chefe do executivo. “A ministra da Saúde depende hierarquicamente do primeiro-ministro, se a ministra da Saúde está a falhar o primeiro-ministro também está a falhar”, considerou.
“Se há uma determinada área que tem uma falha persistente e continua no tempo, não dando resposta aos portugueses, a culpa não é do responsável dessa área, a culpa é do senhor primeiro-ministro”, já que é Luís Montenegro que tem “o poder” de mudar o que está a correr mal, “se não muda é porque acha que aquilo está a correr bem”, continuou.
O Presidente da República não passou incólume nas críticas do almirante na reserva. Os problemas na Saúde não são “de agora”, “há desorganização” e falta de estratégia. Por isso, o apelo de Marcelo Rebelo de Sousa para um pacto de regime para a saúde vem “tarde”. “O que eu critico na actual Presidência é que vem falar agora, de forma cândida, sobre um problema que se arrasta há anos”, assinalou.
Mas os problemas não são só na Saúde, “o Estado está a falhar em muitas áreas”, considerou Henrique Gouveia e Melo, mantendo o tom de crítica ao Governo. “Não basta fazer leis bonitas”, assinalou e, questionado sobre se o executivo está tentado a fazer isso, respondeu que acha “que os portugueses já perceberam isso”.
Lei da burca é “distractor”
Também a aprovação da lei da burqa no Parlamento levou o candidato a Belém a criticar os sociais-democratas. “Não quero estar a contribuir para um distractor que serve à política da extrema-direita para fazer uma bandeira, mas também serve a outras áreas políticas para se distraírem dos assuntos que os estão a queimar neste momento”, disse. E, ainda sobre esta matéria, Gouveia e Melo foi mais longe, respondendo afirmativamente quando interrogado sobre se o Governo está a ir atrás do Chega para desviar atenções.
Já sobre se demitiria Luís Montenegro, caso o primeiro-ministro fosse constituído arguido no caso da Spinumviva, o candidato às presidenciais não se comprometeu. “Depende do que está em causa, do que for apurado”, sublinhou, acrescentando que a constituição de arguido é um mecanismo de defesa.
Sobre a possibilidade da privatização da Segurança Social, Henrique Gouveia e Melo diz-se contra e “de forma objectiva” vetaria a decisão. Se a privatização avançasse sem ter sido submetida ao escrutínio dos portugueses durante a campanha eleitoral, admite a possibilidade de dissolver o Parlamento.
Até aqui apresentado como o candidato presidencial de fora da política, o almirante na reserva já se assume político. “No momento em que saí das Forças Armadas e me candidatei passei a ser político como todos os outros”. No espectro político, define-se como um “social-democrata antigo ou um socialista democrático”, mas recusa ser do “centrão dos interesses”.
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