A agência de imigração norte-americana (ICE, na sigla em inglês) deteve o comentador britânico muçulmano Sami Hamdi.
Segundo o anúncio feito pelo Departamento de Segurança Interna dos EUA, liderado por Kristi Noem, o visto de permanência de Hamdi foi revogado e o britânico será deportado e impedido de completar a digressão de palestras que tinha agendada pelo país.
“Sob o Governo do Presidente Trump, aqueles que apoiam o terrorismo e prejudicam a segurança nacional americana não terão permissão para trabalhar ou visitar este país”, escreveu no domingo na rede social X a porta-voz do Departamento de Segurança Interna, Tricia McLaughlin, explicando que o visto do britânico foi revogado e que este estava “a aguardar remoção” sob custódia do ICE.
A detenção de Hamdi no aeroporto de São Francisco foi entendida como “afronta flagrante à liberdade de expressão” pela organização destinada a promover os direitos civis dos muçulmanos americanos, o Council of American-Islamic Relations (CAIR).
Segundo o jornal britânico The Guardian, esta organização entende que a detenção do britânico é uma medida de retaliação pelas suas críticas à operação militar israelita em Gaza.
Sami Hamdi é uma de várias pessoas que já foram detidas e deportadas pelo ICE por expressarem opiniões pró-Palestina, recorda o jornal, dando o exemplo de académicos e estudantes estrangeiros.
“Os nossos advogados e parceiros estão a trabalhar para resolver esta injustiça”, revelou o comunicado do CAIR, sustentando que o crime de Hamdi foi criticar um governo estrangeiro.
“Sequestrar um proeminente jornalista e comentador político muçulmano britânico numa digressão de palestras nos Estados Unidos porque ele ousou criticar o genocídio do Governo israelita é uma afronta flagrante à liberdade de expressão”, refere o comunicado do CAIR.
Embora o Guardian refira que Hamdi é jornalista, a Sky News identifica-o como comentador e analista. Revela que Hamdi é director-geral da International Interest, uma empresa de análise de risco global e informação, que tem aparecido como analista e comentador em diversas emissoras britânicas, “incluindo a Sky News”.
Hamdi discursou no sábado numa gala do CAIR em Sacramento, na Califórnia, e tinha outro discurso programado para domingo, na Florida, mas foi detido no aeroporto antes de embarcar.
A publicação de Tricia McLaughlin foi partilhada por Laura Loomer, activista de extrema-direita conhecida por divulgar teorias da conspiração, que assumiu o crédito pela prisão do britânico, já que faz parte de um grupo de figuras próximas da Administração Trump que vinha pedindo a expulsão do comentador britânico.
O Guardian destaca que Loomer (cuja conta foi banida em 2018 pelo antigo Twitter, hoje X, no período pré-Elon Musk) é uma autodenominada “defensora dos brancos” e “orgulhosa islamófoba”.
“Tem sorte que o seu único destino seja ser preso e deportado”, escreveu Loomer em reacção ao anúncio do Departamento de Segurança Interna, acusando Hamdi de ser “um apoiante do Hamas e da Irmandade Muçulmana”.
A Al-Jazeera cita uma declaração feita por um grupo de amigos de Sami Hamdi à imprensa em que estes consideram que a sua detenção é “um precedente profundamente preocupante para a liberdade de expressão e para a segurança dos cidadãos britânicos no estrangeiro”.
O pai de Hamdi, Mohamed El-Hachmi Hamdi, garantiu na rede X que o seu filho “não tem qualquer ligação” com nenhum grupo político ou religioso, apenas defende “o direito das pessoas à segurança, paz, liberdade e dignidade”.
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