Lula propõe-se como mediador entre EUA e Venezuela para resolver tensões

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O Presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, ofereceu-se este domingo para actuar como mediador entre os Estados Unidos da América e a Venezuela, num momento de escalada das tensões geopolíticas na região latino-americana.

A proposta foi anunciada pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, Mauro Vieira, após um encontro entre Lula da Silva e o Presidente norte-americano, Donald Trump, à margem da cimeira da Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN), em Kuala Lumpur, na Malásia.

“O Presidente Lula levantou a questão e afirmou que a América Latina e a América do Sul, onde estamos localizados, é uma região de paz. E ofereceu-se para ser um contacto, um interlocutor, como já foi no passado, com a Venezuela, para procurar soluções mutuamente aceitáveis e correctas entre os dois países”, afirmou Vieira.

A iniciativa surge numa altura de intensificação da presença militar dos EUA nas Caraíbas.

Nas últimas semanas, Washington enviou forças navais, aéreas e terrestres para a região, incluindo o maior porta-aviões da sua frota, o Gerald F. Ford, como parte de uma nova fase da campanha antidroga.

O bombardeamento de uma dezena de embarcações suspeitas foi justificado como uma acção contra as rotas do narcotráfico que abastecem ao território norte-americano.

Em resposta, o chefe de Estado venezuelano, Nicolás Maduro, acusou os EUA de quererem desestabilizar o Governo de Caracas através da demonstração de força militar.

Além de abordarem a situação venezuelana, durante o encontro de cerca de 45 minutos, Lula e Trump também discutiram a agenda comercial bilateral.

De acordo com uma publicação de Lula da Silva nas redes sociais, ambos concordaram em iniciar imediatamente negociações para resolver o impasse em torno das tarifas de 50% impostas por Washington sobre produtos brasileiros — medida adoptada em retaliação ao processo judicial que condenou o ex-Presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, a 27 anos de prisão por tentativa de golpe de Estado.

Lula classificou a reunião como “excelente” e reiterou o compromisso do Brasil com a estabilidade regional e o diálogo diplomático.
Trump, para quem a Malásia é a paragem inicial da sua primeira viagem à Ásia no segundo mandato, disse no início do encontro com Lula que confiava que chegariam a “acordos muito bons”, sem dar mais detalhes.

Lula e Trump, cuja relação também é afectada pela escalada da luta contra o narcotráfico dos cartéis latino-americanos por parte dos EUA, coincidiram em Kuala Lumpur por ocasião da 47.ª cimeira de líderes da ASEAN e aliados, que começou este domingo e que se prolongará até terça-feira.

O Presidente brasileiro está há vários dias na Malásia, onde se reuniu no sábado com o primeiro-ministro do país, Anwar Ibrahim, depois de uma viagem à Indonésia, em busca de acordos comerciais para mitigar o impacto das tarifas dos Estados Unidos.

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