A jovem patinadora madeirense Madalena Costa regressa hoje a Lisboa e com ela traz, de Pequim, o primeiro título mundial sénior de patinagem artística, estilo livre, para Portugal.
Uma proeza com que Madalena, nascida há 17 anos, sonha desde os quatro. Filha de Sheila Rodrigues, antiga patinadora e actual treinadora da nova campeã mundial, Madalena foi descrita pelo escritor português Pedro Chagas Freitas — depois da conquista da Taça do Mundo em juniores, em Maio — como um “extraterrestre”.
Há um mês e agora de novo, o vimaranense reforça a ideia e assume que Madalena é uma pessoa livre — estabelecendo um paralelo com Cristiano Ronaldo —, prova de que nem tudo é aleatório, mas “resultado de uma arquitectura afectiva e disciplinar. Microcosmos fechado que fabrica excelência”.
Comparação que Alípio Silva, treinador de Jéssica Rodrigues, outra jovem patinadora madeirense, campeã mundial júnior no gelo, subscreve, lembrando que desde que calçou uns patins começou a dizer que seria campeã do mundo, tal como CR7 se apresentou ao Mundo.
Axel triplo e coreógrafo de eleição
“Sonhar não custa”, comentou ontem, já perto da meia-noite em Pequim, Madalena, a mais jovem campeã mundial da história na modalidade, a que maior pontuação de sempre somou e a primeira mulher (em rodas) a apresentar combinações com três triple Axel (salto de volta e meia criado em 1982 pelo norueguês Axel Paulsen) consecutivos. Praticamente um “salto quádruplo”, objectivo futuro.
“A Madalena tem uma amplitude de saltos que só os homens conseguem”, vinca Alípio Silva, com o coreógrafo italiano Sandro Guerra, campeão Mundial em 1987, 1988, 1989, 1991 e 1992, que trabalha com Madalena há um ano, a reforçar.
“O triple Axel já é difícil para um homem. Em rodas, para mulher, é algo nunca visto. Mas nesta idade, tendo saltado etapas de forma tão excepcional e sendo já campeã do Mundo, há uma grande margem para evoluir noutros aspectos, como expressivo e interpretativo. Ela tem força de vontade, disciplina e inteligência para alcançar tudo”, nota o ainda responsável pela selecção italiana, que Madalena escolheu por uma razão muito simples.
“Para ser a melhor, tenho de trabalhar com os melhores!”, diz, pronta a explorar um potencial enorme.
“Para além de ter começado muito cedo, de a mãe ter sido patinadora e uma grande referência do treino, das condições inatas e da dedicação, ainda beneficia do facto de ter praticado ginástica e ballet para se tornar num prodígio”, explica Alípio Silva.
Um “rigue”, por favor
Mas como refere Pedro Chagas Freitas, o espírito livre de Madalena, campeã precoce, que nem chegou a competir como juvenil, revela também a sua audácia, agradecendo os elogios e felicitações do parlamento e do Governo Regional, embora preferisse um “ringue” para a modalidade. Desabafo? Não. Um pedido “antigo” deixado em entrevista de Natal à RTP Madeira.
De resto, para além da mãe, que considera “a melhor treinadora do mundo” e de Sandro Guerra “o melhor coreógrafo do mundo”, o mais importante “é o reconhecimento da World Skate”, a entidade máxima da patinagem, ao assumir no site oficial que Madalena “chegou para estabelecer recordes”, o que até para uma campeã sem paralelo “parece surreal”.
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