
Na última madrugada, a maior erupção solar de 2025 provocou uma tempestade geomagnética que fez com que auroras boreais aparecessem em regiões mais a sul do que é habitual. Há alertas de que uma segunda tempestade, que se alimenta da primeira, poderá resultar na maior tempestade solar em mais de duas décadas, afectando comunicações e sistemas de GPS.
A erupção solar, explosão na superfície do Sol causada por alterações no seu campo magnético, teve origem numa mancha solar (região mais fria do Sol), designada por AR4274, que apresentava actividade intensa há vários dias. Segundo o Space.com, site de referência internacional dedicado à exploração espacial, foi na manhã de terça-feira que ocorreu esta erupção solar — a mais forte do ano e a mais intensa desde Outubro de 2024.
Por si só, uma erupção solar não causa uma tempestadegeomagnética. As erupções solares vão acontecendo com frequência, mas só quando uma delas vem acompanhada de uma ejecção de massa coronal (CME, na sigla em inglês) direccionada à Terra é que podemos ter uma tempestade geomagnética intensa.
O alerta tinha sido dado na terça-feira pela NOAA, a agência norte-americana para o oceano e a atmosfera, que monitoriza a actividade solar. Para a madrugada da última quarta-feira, a instituição emitiu um aviso de que a Terra podia ser atingida por uma tempestade geomagnética de nível G4 (numa escala de G1 a G5, sendo o último o mais grave). E foi.
Essa erupção solar lançou uma onda de raios X e radiação ultravioleta em direcção à Terra, o que afectou a atmosfera superior e provocou uma interferência generalizada nas comunicações e na precisão dos satélites de GPS. Segundo o Space.com, foram registados grandes apagões de comunicações rádio em várias regiões de África e da Europa.
Os Serviços Geológicos Britânicos subiram, nesta quarta-feira à tarde, em comunicado, o nível de alerta geomagnético para a intensidade máxima (G5) devido à tempestade solar em curso. Os cientistas alertam que uma segunda tempestade, apelidada de “tempestade canibal”, por se alimentar da primeira, poderá resultar na maior tempestade solar a atingir a Terra em mais de duas décadas.
Auroras boreais em baixas latitudes
As auroras surgem quando as partículas solares interagem com o campo magnético terrestre. Durante tempestades solares muito fortes, como a que ocorreu na última madrugada, as luzes que surgem no céu em tonalidades várias podem tornar-se visíveis em latitudes mais baixas, longe do círculo polar.
Em Portugal, na madrugada da última quarta-feira, pôde-se assistir ao fenómeno da aurora boreal em vários distritos, como Viseu, Coimbra, Bragança e Vila Real. Já no ano passado, as auroras boreais nos tinham surpreendido em duas ocasiões distintas: em Maio e depois em Agosto.
A aurora boreal também foi vista em Espanha, como relata, por exemplo, o jornal La Region. E em França, o jornal Le Parisien publicou imagens do fenómeno em várias localidades, incluindo Coulommiers, cidade 60 quilómetros a este de Paris, e Crepy-en-Valois, a 60 quilómetros a nordeste da capital.
??Superbes #auroresboréales cette nuit entre 3h et 5h30 environ sur l’Oise et l’Ile de France. Voici qq photos prises par les internautes de @MeteoNordParis :
??Coulommiers (77) par Eli Elo
??Crepy en Valois (60) par Ludo Nature et Vie
??Lescherolles (77) par Lucas Thiery#Aurora pic.twitter.com/uSsWv3fXdJ— Météo Nord Parisien ???????? (@MeteoNordParis) November 12, 2025
Noutras partes do mundo, o fenómeno também foi registado: nos Alpes Suíços; na República Checa; no México; e em vários locais dos Estados Unidos. Resta saber se a tempestade canibal que se espera para as próximas horas também resultará em auroras boreais que chegarão às latitudes onde se encontra Portugal.
Texto editado por Teresa Firmino
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