Mais de 60% dos portugueses apoia greve geral. Sindicatos mais populares que Governo

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A greve geral convocada pela CGTP e pela UGT para esta quinta-feira é apoiada por uma maioria clara no país: 61% dos portugueses declaram-se “a favor” ou “totalmente a favor” da paralisação, segundo o barómetro DN/Aximage. Os dados resultam de 607 entrevistas, realizadas entre 28 de Novembro e 3 de Dezembro, com uma margem de erro de 4%. O mesmo barómetro mostra ainda que os sindicatos, apesar de não reunirem consenso absoluto, conquistam mais identificação do que o Governo.

O apoio à greve é particularmente expressivo entre os mais jovens. Sete em cada dez portugueses entre os 18 e os 34 anos alinham com a paralisação, enquanto, no extremo oposto, os maiores de 65 anos surgem como o grupo mais reticente: 41% manifestam discordância.

Do ponto de vista político, o país também se rearruma segundo as tradicionais linhas de clivagem. O eleitorado da CDU declara apoio unânime (100%) à greve, seguido de perto pelo BE (78%) e pelo Livre (77%). A AD, por contraste, revela o maior afastamento: mais de metade dos seus eleitores discorda da paralisação. Ainda assim, no conjunto das forças políticas, apenas a direita tradicional mostra rejeição significativa; mesmo entre os votantes do Chega, o apoio à paralisação atinge os 67%.

Com o trabalho de campo realizado já depois de conhecidas as propostas do Governo para a revisão da lei laboral, o estudo confirma que o tema entrou na agenda pública. Quase 70% dos inquiridos afirmam estar informados sobre as alterações, sobretudo os mais velhos e os residentes nas áreas metropolitanas de Lisboa e Porto. Entre os partidos, os eleitores do BE destacam-se como os mais atentos (82%), ao passo que 32% dos votantes do Chega admitem desconhecer o que está em discussão.

Sindicatos reúnem mais identificação do que o Governo

Quando a pergunta se desloca do apoio à greve para a identificação com os protagonistas do conflito, o sinal permanece favorável às estruturas sindicais. 45% dos inquiridos afirmam identificar-se com a posição da CGTP e da UGT, enquanto 22% dizem alinhar com a posição do Governo, que tem insistido que esta é uma greve sem sentido. Há ainda 17% que se colocam simultaneamente entre os dois campos.

A tendência repete as dinâmicas partidárias: a CDU volta a surgir completamente alinhada com o movimento sindical, enquanto a AD se aproxima mais do executivo. Por idade, o apoio aos sindicatos cresce sobretudo a partir dos 35 anos; por contraste, os mais jovens são os que mais se colocam do lado do Governo (embora apenas 24% o façam).

Num cenário de contestação, o Presidente da República preserva, contudo, uma avaliação favorável. 64% dos inquiridos consideram positiva ou muito positiva a forma como Marcelo Rebelo de Sousa (que pediu “espírito de concertação social” para alcançar o “máximo consenso nesta questão) tem gerido o tema da concertação social e o debate sobre a lei laboral. A aprovação é particularmente elevada entre os mais velhos e entre eleitores da AD e do PS. No lado oposto, a maioria dos votantes da CDU (53%) classifica a postura do Presidente como negativa.

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