
A Marinha sueca encontra submarinos russos no mar Báltico numa base “quase semanal”, avançou o capitão e chefe de operações da Marinha Marko Petkovic ao jornal britâncio The Guardian, acrescentando que Moscovo está a “reforçar continuamente” a sua presença na região e a levar a cabo “um programa de modernização constante e deliberado” da sua frota naval.
O capitão sueco acrescentou que a Rússia tem aumentado as suas capacidades e produz um submarino Kilo-class por ano em São Petersburgo e no enclave de Kaliningrado, situado entre a Polónia e a Lituânia.
“Assim que um eventual cessar-fogo ou armistício entrar em vigor na Ucrânia, podemos apenas concluir — e fazemo-lo — que a Rússia irá reforçar as suas capacidades nesta região”, disse Petkovic. “Posto isto, a Marinha [sueca] precisa de crescer continuamente.”
A acidentada paisagem submarina, perto da Suécia, dificulta a detecção de submarinos, e as infra-estruturas submersas tornam-se especialmente vulneráveis no Báltico, diz Petkovic. Acrescentando que tal se aplica não só à Suécia, mas também a Noruega, Finlândia, Estónia e Lituânia, que são “totalmente dependentes das vias marítimas para comunicação e para a manutenção das nossas sociedades”.
De um modo geral, a região do mar Báltico enfrenta uma variedade crescente de ameaças, incluindo suspeitas ataques híbridos com drones, alegada sabotagem de infra-estruturas submarinas e um fluxo constante de petroleiros que fazem parte da frota-fantasma da Rússia, escreve ainda o Guardian neste sábado, 6 de Dezembro.
Sobre a frota-fantasma de petroleiros russos, identificados como navios civis sem ligações aparentes a Moscovo, Petkovic demonstra também preocupação, não excluindo a possibilidade de essas embarcações poderem vir a ser usadas para lançar drones. “A frota-fantasma em si não é um problema militar, mas pode afectar as nossas nações de uma perspectiva militar”.
Os navios, normalmente envelhecidos e sem documentação ou os devidos seguros em dia, são utilizados por Moscovo para transporte de crude na região, com o objectivo de contornar as sanções impostas à Rússia e, finalmente, financiar a guerra na Ucrânia.
Contudo, o chefe de operações da Marinha sueca acredita que o aumento da vigilância da NATO está a ter impacto, uma vez que, desde que a operação Baltic Sentry se iniciou — em Janeiro de 2025, em resposta a vários episódios em que cabos de energia e telecomunicações submarinos foram danificados — “não registámos qualquer incidente com cabos nesta região”.
“Em primeiro lugar, isto mostra que a aliança funciona, que existe coesão. E estamos a cerrar fileiras contra uma ameaça particular. A Baltic Sentry provou esse ponto. Independentemente de os incidentes terem sido patrocinados por um Estado [Rússia], provocados por má navegação”, ou ambos, Petkovic acredita que os esforços resultaram e há agora mais cautela por parte de quem navega aquelas águas.
Russos de uniforme militar e “total secretismo”
Bjarne Skinnerup, um experiente trabalhador da empresa estatal da Dinamarca DanPilot, que garante a segurança de navios que atravessam as águas dinamarquesas, diz nunca ter experienciado nada como o que se tem verificado com os petroleiros que por ali navegam o mar Báltico. Na prática, a DanPilot é o único organismo que dá à Dinamarca informação directa sobre o que realmente se passa a bordo das embarcações.
Quando os responsáveis embarcam os referidos navios civis, para auxiliar na travessia, são recebidos com “total secretismo”: homens russos vestidos com camuflado militar, literalmente a respirar em cima dos pilotos; documentos importantes desaparecidos; falta de cooperação e um tom hostil para com os profissionais dinamarqueses — lê-se no testemunho de Skinnerup, publicado a 19 de Novembro no DanWatch, portal de investigação jornalística daquele país. Refere-se, também ele, à frota-fantasma de Moscovo, que desde a invasão da Ucrânia passa diariamente pela Dinamarca com petróleo sancionado.
“Vários dos meus colegas estão agora a ver homens nos navios da frota-fantasma vestidos com uniforme de camuflado naval russo”. A bordo dos petroleiros, Skinnerup vê nos russos fardados um desenvolvimento “preocupante”.
“Pode ser intimidante ver homens fardados a montar guarda. Se estivessem apenas com roupa civil, nem reparávamos. Suponho que faça parte da táctica deles serem vistos. Não só por nós, que os visitamos, mas também pela tripulação, para que não se atrevam a fazer nada que os russos não queiram”, diz o ex-membro da Marinha dinamarquesa, com mais de 40 anos de experiência na área.
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