
Por um lado, os medicamentos para a Alemanha. Do outro, o combustível vindo do Brasil. Estes são dois destaques do comércio internacional feito por Portugal no mês de Setembro, mês em que as exportações cresceram acima das importações. Porém, o saldo comercial permanece negativo, porque o país continua a comprar mais do que a vender.
No nono mês do ano, o saldo da balança comercial portuguesa continuou em terreno negativo, ou seja, permaneceu em défice, e, pelo oitavo mês seguido, esse défice foi superior a dois mil milhões de euros. “Em Setembro de 2025, o défice da balança comercial de bens atingiu 2.588 milhões de euros, diminuindo 59 milhões, quando comparado com Setembro de 2024, e 401 milhões, face ao mês anterior”, indica a publicação do Instituto Nacional de Estatísticas (INE) nesta segunda-feira, 10 de Novembro.
A diminuição do saldo em Setembro deveu-se a um aumento das vendas acima das compras: as exportações de bens somaram 14,3% em Setembro (quando tinham recuado 1,6% em Agosto), acima da evolução positiva de 9,4% das importações (que tinham crescido 3% em Agosto).
No caso das exportações, que registaram o maior avanço mensal homólogo desde Outubro de 2024, “destaca-se o acréscimo das transacções de fornecimentos industriais (+38,8%), maioritariamente produtos químicos com destino à Alemanha”. O INE explica que estão em causa “medicamentos, em grande parte, correspondendo a transacções com vista a trabalho por encomenda (sem transferência de propriedade)”. Esta categoria inclui “operações de transformação, construção, montagem, melhoria, renovação, modificação, conversão, com o objectivo de produzir um item novo ou realmente melhorado”. Excluindo este tipo de transacções, as exportações cresceriam muito menos.
A Alemanha protagoniza o maior aumento face ao mesmo mês do ano passado, muito acima da Bélgica e dos Estados Unidos da América.
Espanha continuou a ser a principal parceira, a nível de volume de exportações, num mês em que, como referido, os fornecimentos industriais deram uma grande ajuda. Excluindo os combustíveis, as restantes categorias também contribuíram positivamente para as exportações.
No campo das importações, foi a categoria de máquinas que impediu um maior avanço, ofuscada pelos combustíveis e pelos automóveis de passageiros em alta. “Em Setembro de 2025, quase todas as categorias de produtos registaram acréscimos, destacando-se os aumentos dos combustíveis e lubrificantes (+40,4%), maioritariamente óleos brutos de petróleo com origem no Brasil, reflectindo uma subida em volume das importações desta categoria de produtos (+69,3%), acompanhada por uma diminuição de preços”.
Brasil, Irlanda e, mais uma vez, EUA estão na liderança das importações face ao ano anterior.
Depois de meses em que tiveram uma presença mais tímida nas comparações homólogas, tendo em conta os receios quanto aos custos nas relações comerciais, os EUA voltaram a surgir no pódio das exportações e das importações no que diz respeito às comparações com o mesmo mês do ano passado.
Foi em Agosto que os EUA e a União Europeia chegaram a acordo para normalizar as relações comerciais e evitar o agravamento das tarifas aduaneiras sem entendimento e acima dos 15% que acabaram definidos.
Défice acumulado agrava-se
Se Setembro foi um mês bom para o saldo, essa evolução não é real para o acumulado dos primeiros nove meses de 2025. Olhando para todo o ano até Setembro, “o défice da balança comercial de bens atingiu 23.998 milhões de euros até Setembro, reflectindo um agravamento de 4.058 milhões em termos homólogos”.
Neste mesmo período, as importações aumentaram 6,5%, quando, em igual período de 2024, tinham crescido 0,5%. Já as exportações aumentaram 1,9%, acima do 1,6% no mesmo período de 2024.
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