Memórias de Vasco Lourenço revelam que “Otelo é que foi traído” pelo PCP

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A sensivelmente duas semanas dos 50 anos do 25 de Novembro, o coronel Vasco Lourenço traz um novo ponto de vista sobre a data, no livro que lança esta semana e a que chamou “Memórias de Um Capitão de Abril – O 25 de Novembro”. De acordo com o Expresso, que teve acesso antecipado à obra, “Otelo [Saraiva de Carvalho] é que foi traído” pelo PCP.

No livro que será lançado esta semana, o presidente da associação 25 de Abril realça que teve como ponto de partida um relatório do ex-militante comunista já falecido Luís Pessoa, que foi também divulgado pelo semanário. “Confirmei quase tudo, acrescentei novos dados que nem o próprio Luís Pessoa conhecia e hoje estou em condições de falar com muito mais conhecimento do que se passou no 25 de Novembro de 1975”, afirma o capitão de Abril na sua obra.

Neste regresso ao passado, o semanário destaca que depois de o chefe do Estado-maior da Força Aérea, general Morais e Silva, ter decretado o fim dos pára-quedistas, Otelo Saraiva de Carvalho enviou equipas às unidades para fazer sessões de esclarecimento, mas que, nota Vasco Lourenço, “em vez de esclarecimentos, realizaram acções de ocupação, com prisão dos respectivos comandantes”. “Só após a luz vir de Otelo, o PCP actuou!”, escreve Vasco Lourenço.

O jornal cita que, nessa sequência, “Jaime Serra, o primeiro responsável do PCP pela área militar, telefona a Luís Pessoa” com ordens para avançar para a tomada da RTP, mas que ao verificar a desvantagem, os comunistas terão dado novas ordens para recuar.

Notando que os pára-quedistas ainda hoje “pensarão que Otelo os traiu”, por ter dado “ordens para ir às unidades e, em vez de comandar, abandonou o comando, foi para casa e deixou dependurados os pára-quedistas”, Vasco Lourenço defende que estes militares “estavam convencidos de estar a fazer o que faziam sob o comando de Otelo”, mas que “Otelo é que foi traído”, no caso, pelo PCP.

O livro do coronel Vasco Lourenço será apresentado no dia 12 de Novembro, na associação 25 de Abril, em Lisboa.

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