O músico David Ball, co-fundador dos Soft Cell com o cantor Marc Almond, morreu na madrugada de quarta-feira, em Londres, anunciou a família, citada pela BBC News.
No seu site, Marc Almond anunciou igualmente a morte de Ball, com uma mensagem de despedida ao seu “maravilhoso e brilhante” amigo: “É difícil escrever isto, e ainda mais difícil de processar, mas é com a maior tristeza que partilho que a outra metade dos Soft Cell, o maravilhoso e brilhante génio musical David Ball, morreu em paz enquanto dormia”. Tinha 66 anos.
A morte de David Ball acontece cerca de dois meses após a sua derradeira actuação ao vivo, no Festival Rewind, e poucos dias após a conclusão do próximo álbum dos Soft Cell, Danceteria, com lançamento anunciado para a Primavera de 2026.
De acordo com Marc Almond, David Ball estava doente há muito tempo e a sua saúde vinha a deteriorar-se lentamente. No entanto, “regressava sempre com um espírito determinado para continuar o seu trabalho no estúdio” e, embora não pudesse fazer longas viagens, ainda conseguia actuar no Reino Unido.
O último concerto dos Soft Cell contou com 20 mil pessoas. A BBC recorda que David Ball actuou numa cadeira de rodas, à semelhança do que acontecera noutros concertos dos últimos anos, após “uma série de problemas de saúde”.
Depois dessa derradeira actuação, David Ball “ficou eufórico e muito entusiasmado”, descreve Almond. “Concordámos em expandir a ‘família Soft Cell’, e ele sempre apoiou os concertos e festivais a que não pôde comparecer; esteve sempre presente de alguma forma. O seu papel ao vivo foi assumido por Philip Larsen, co-produtor e amigo, mas a música e a pré-produção continuaram a ser obra de Dave, era a sua essência que o público ouvia.”
“É de partir o coração, especialmente agora, porque Dave estava num bom estado emocional, focado e feliz com o novo álbum, que tínhamos finalizado há poucos dias. Ouvi o álbum pela primeira vez ontem [quarta-feira]. Isso entristece-me profundamente, porque teria sido um ano incrível para ele”, lamentou Almond.
Na sua longa mensagem de despedida, Marc Almond diz que os dois eram “como água e azeite”, e que as diferenças os fizeram funcionar bem em conjunto.
Almond, que via em Ball “o coração dos Soft Cell”, conclui a mensagem agradecendo-lhe a música e por ter sido “uma parte imensa” da sua vida.
“Gostava que ele tivesse ficado mais um pouco para celebrar os 50 anos [do duo]. Será sempre amado pelos fãs. É um lugar-comum dizer isto, mas a sua música continua viva: algures no mundo, a qualquer momento, alguém está a ouvir, a tocar, a dançar ou a desfrutar de uma música dos Soft Cell, mesmo que seja apenas aquele épico de dois minutos e meio”, escreveu Marc Almond.
David Ball cresceu em Blackpool, Inglaterra, depois de entregue para adopção aos 18 meses. Conheceu Almond em 1977 na Escola Politécnica de Leeds, onde ambos estudavam arte.
Nesse mesmo ano formaram os Soft Cell e pouco depois gravaram o primeiro EP, Mutant Moments, editado em 1980. Um ano mais tarde, sairia do álbum Non-Stop Erotic Cabaret o single Tainted love, que vendeu 21 milhões de cópias em todo o mundo.
Entre os muitos êxitos do duo, contam-se igualmente Say hello, wave goodbye, Torch, Purple zone e Sex dwarft.
Ball fez também parte da dupla de tecno The Grid, que levou Swamp Thing ao Top10 britânico. O seu companheiro de banda dessa época, Richard Norris, também reagiu à morte de Ball, recordando o “riso sem fim” e a “amizade inabalável” do músico.
“Estar em duo com alguém é diferente de estar numa banda, o vínculo é muito mais forte. Foi o que aconteceu connosco”, acrescentou.
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