O FC Porto, renascido esta época com Farioli e invencível no seu e em todos os campos que visitou, sofreu nesta quinta-feira a sua primeira derrota, ao perder no City Ground frente ao Nottingham Forest por 2-0, em jogo da terceira jornada da Liga Europa. O “dragão” sofreu neste jogo tantos golos como aqueles que tinha sofrido nos 11 jogos anteriores, ambos de penálti, mantendo os seis pontos na fase liga da prova e baixando para o 15.º lugar. Foram dois erros individuais que conduziram aos golos do Forest, mas o que saltou mais à vista foi a incapacidade portista em desmontar um adversário que ainda só tinha ganhado um jogo esta época.
O Nottingham Forest é, como diria Churchill sobre a Rússia, uma adivinha embrulhada num mistério dentro de um enigma. Um clube mais vezes campeão europeu (duas) do que campeão inglês (uma) que acabou nas mãos do segundo homem mais rico da Grécia e onde os treinadores não têm segurança laboral, nem quando ganham – Nuno Espírito Santo que o diga.
No momento em que defrontava o FC Porto, o Forest estava a estrear o seu terceiro treinador, Sean Dyche (antes vieram Nuno e Ange Postecoglou), não ganhava há dez jogos consecutivos (sete derrotas) e está em 18.º na Premier League inglesa. Presa fácil para o líder invencível da liga portuguesa que ainda só sofrera dois golos em todas as competições, certo?
Errado. Mesmo uma equipa que não ganha a ninguém liderada por um treinador estreante (mas experiente) pode causar surpresas. E o FC Porto não estava preparado para lidar com um Forest agressivo, bem à imagem do seu novo treinador – o futebol das equipas de Dyche não costuma ser agradável à vista, mas costuma dar resultado. Pressão, simplicidade e velocidade era o plano da formação britânica, enquanto os portistas, com um claro défice de criatividade no “onze” – Pablo Rosário foi titular no meio-campo, mas era redundante para o que a equipa precisava. Ninguém na formação portista tinha velocidade de pensamento e execução para se livrar da chegada dos adversários.
Os sinais estavam todos lá. O Forest conseguia destruir tudo o que o FC Porto tentava construir – Samu, quando não tem a companhia adequada, pouco mais consegue fazer do que figura de corpo presente, e Pêpê e Borja andavam sempre muito longe dele. Em dois momentos, aos 15’ e aos 16’, Callum Hudson-Odoi teve tempo e espaço para alvejar a baliza portista – primeiro, defendeu Diogo Costa, depois foi Alan Varela a desviar para canto.
Acto contínuo, mais uma bola pelo ar na área portista e interceptada por Bednarek com o braço. O árbitro assinalou penálti. Morgan Gibbs-White, o capitão, assumiu a responsabilidade e não deu hipótese ao guardião portista. 1-0 para o Forest e um grande problema para o FC Porto, não tanto pelo resultado (perfeitamente recuperável), mais pelo que a equipa de Farioli não estava a conseguir fazer.
Gibbs-White inaugura o marcador de grande penalidade ??#sporttvportugal #EUROPAnaSPORTTV #UEFAEuropaLeague #NottinghamForest #FCPorto #betanouel pic.twitter.com/JGdEJ3bD7h
— sport tv (@sporttvportugal) October 23, 2025
A prova dessa incipiência portista no ataque é que só se aproximou com verdadeiro perigo da baliza contrária aos 38’, com um grande remate de Alan Varela de fora da área a que o experiente belga Matz Sels respondeu com uma defesa de igual qualidade. Este tiro do argentino foi tudo o que o FC Porto conseguiu fazer de bom durante a primeira parte frente ao antepenúltimo da Premier League. Como é que isto estava a acontecer?
Farioli nada mudou para a segunda parte. Ia esperar pelo que o jogo ia dar. A formação portista pareceu ligeiramente melhor, pelo menos com mais presença no último terço e, no momento em que Farioli ia fazer as primeiras mudanças, a bola entrou na baliza do Forest. Tinha sido uma jogada de insistência em que Bednarek lá conseguiu marcar – mas havia uma irregularidade num momento anterior, fora-de-jogo de Samu quando procurava manter a bola viva no ataque.
Farioli manteve o plano que tinha. Mudou três, com a entrada de Gabri Veiga, Martim e William Gomes para os lugares de Pablo, Moura e Borja. Essa intenção de reforço ofensivo não tinha efeitos práticos. Pelo contrário, era o Forest a mostrar-se mais perigoso – Odoi teve uma incursão na área portista que só não deu golo porque Bednarek estava no sítio certo para desfazer a jogada.
O Nottingham Forest aumenta a vantagem outra vez de grande penalidade ??#sporttvportugal #EUROPAnaSPORTTV #UEFAEuropaLeague #NottinghamForest #FCPorto #betanouel pic.twitter.com/xKO1RHkdO1
— sport tv (@sporttvportugal) October 23, 2025
Mas a acção continuou na área do FC Porto. Aos 74’, Martim Fernandes derrubou Savona e, depois de revisão das imagens, o árbitro marcou penálti. Desta vez não foi Gibbs-White a avançar, mas Igor Jesus. O resultado foi o mesmo, bola dentro da baliza de Diogo Costa e loucura no City Ground. Não é ganhar a Taça dos Campeões Europeus, como fez por duas vezes com Brian Clough, mas uma boa noite europeia dá sempre para lavar a alma de uma equipa que só ganhou um jogo esta época – e Marinakis não vai despedir ninguém nos próximos dias. E o FC Porto? Nunca conseguiu resolver o enigma.
Disclaimer : This story is auto aggregated by a computer programme and has not been created or edited by DOWNTHENEWS. Publisher: feeds.feedburner.com



