O PCP alertou nesta quarta-feira que o fim do Porto Canal como televisão generalista “enfraquece a região” Norte e “as suas populações”, enquadrando-o nos sucessivos encerramentos de jornais locais nas últimas décadas e manifestando solidariedade com os trabalhadores.
Num comunicado, a Direcção da Organização Regional do Porto (DORP) do PCP assinala que o canal “se caracterizava pelo seu pendor regional, com foco no Norte do País, desde que começou a emitir há quase 20 anos”, e que o seu fim enquanto tal “enfraquece a região e prejudica as suas populações”.
Em causa está a decisão da Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) de dar parecer favorável ao pedido apresentado pelos proprietários da estação televisiva para que a tipologia da licença que lhe estava atribuída passasse a ser de canal temático especializado em desporto, focado no universo do FC Porto.
“Esta situação assume ainda mais gravidade, na medida em que se segue ao desaparecimento dos jornais O Comércio do Porto e O Primeiro de Janeiro, bem como às dificuldades por que passa o Jornal de Notícias e ao enfraquecimento do Local Porto do jornal Público”, aponta o PCP.
Para os comunistas, “o desaparecimento do Porto Canal como televisão regional constitui um objectivo enfraquecimento da região Norte, que se vê privada do seu único canal generalista”, considerando que a mudança se “traduz, objectivamente, num enfraquecimento da autonomia regional”.
A estação “deu protagonismo a muitos especialistas em diversos temas (designadamente oriundos das diversas universidades e politécnicos da região) que, apesar do seu nível de conhecimento e de capacidade de comunicação, não são, normalmente, convidados para os restantes canais televisivos generalistas”.
“O Porto Canal foi uma escola de jornalismo, permitindo potenciar muitos dos jovens saídos dos diversos cursos de jornalismo existentes na região, bem como de diversos cursos da área audiovisual”, assinala o PCP.
Da sua grelha de programação constaram ao longo dos anos “inúmeros programas centrados na região, nos seus problemas e anseios, na sua cultura e tradições, nos seus feitos e realizações”, lembram ainda.
“Sendo uma opção legítima dos proprietários, a DORP do PCP não pode deixar de manifestar a sua solidariedade com os trabalhadores do Porto Canal — designadamente aqueles que têm vindo a sair da empresa na sequência da alteração da sua tipologia temática – e sublinha a sua profunda preocupação por esta alteração da tipologia temática”, vinca.
A ERC autorizou que o Porto Canal passe de canal generalista para temático, especializado em desporto focado no FC Porto, segundo deliberação a que a Lusa teve acesso, após pedido feito em 20 de Outubro.
“O Conselho Regulador delibera autorizar, nos termos requeridos, a modificação do projecto aprovado para o serviço de programas Porto Canal, disponibilizado pela Avenida dos Aliados – Sociedade de Comunicação, S.A., no que respeita à conversão da tipologia, de generalista para temático especializado em desporto, com foco no universo do Futebol Clube do Porto”, refere a deliberação da ERC datada de 26 de Novembro.
No pedido apresentado, o Porto Canal esclareceu que desde o arranque da sua emissão, em 2006, o objectivo foi o de construir um projecto de televisão generalista no Norte, com especial enfoque nesta região.
“Foi esse trabalho que, ao longo de diversos anos, foi desenvolvido com (…) programas de música, cinema, cultura, ciência, história, informação, entretenimento, debates, entrevistas, divulgação de eventos relevantes, cobertura de grandes acontecimentos e, claro, conteúdos desportivos com destaque para programas da marca FC Porto”, salientou o canal televisivo.
Contudo, acrescentou, a prossecução deste projecto tem vindo a demonstrar-se difícil, nomeadamente em termos de audiência, resposta à concorrência e geração de receita, tornando-se a sua sustentabilidade cada vez mais difícil e, até a prazo, inviável.
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