PJ não encontra sinais de conflitos entre vereadora de Vagos e filho de 14 anos que a terá matado

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A Polícia Judiciária (PJ) não encontrou sinais de qualquer conflitualidade dentro da família da vereadora da Câmara de Vagos, Susana Gravato, que possam explicar o homicídio da autarca, que terá sido cometido pelo seu filho mais novo, com 14 anos. Daí que considera que o mais provável é ter sido um problema mental do menor a ter estado na origem do crime.

A arma de fogo que terá sido usada pelo rapaz estava escondida, mas o menor tê-la-á descoberto e disparado sobre a mãe, que acabou por morrer esta terça-feira no local do crime, a casa onde a família vivia, na Gafanha da Vagueira, no concelho de Vagos.

A arma pertencia ao marido de Susana Gravato, pai do menor de 14 anos, e estava guardada na casa da família, onde tudo aconteceu na tarde desta terça-feira.

Quem conhecia a família viu com estupefacção o menor a ser levado pelas autoridades, suspeito de ter matado a mãe. Isso mesmo é assumido por Ângelo Valente, dirigente da Associação Sexagenária, que privava de perto com a vereadora. “É uma família muito unida, exemplar nos valores que tinham e isso manifestava-se na maneira de ser da Susana”, observa, afastando, também ele, um cenário de conflituosidade familiar. “Ela falava o melhor dos filhos”, testemunha o dirigente associativo que tem indicações de que o filho mais novo é “bom aluno”. O casal tem ainda um outro filho de 19 anos.

Uma fonte próxima de Susana Gravato, que prefere não ser identificada, garantiu que “nada fazia prever” esta tragédia. “Não tenho registo da mínima anormalidade no seio da família”, comentou, ao mesmo tempo que dizia ter “mais perguntas que respostas”. “A Susana era uma pessoa boa demais”, desabafou.

Contactada pelo PÚBLICO, a direcção da escola secundária onde o jovem estuda, remeteu-se ao silêncio. Hugo Martinho, director do Agrupamento de Escolas de Vagos, recusou-se a falar sobre o caso, referindo apenas que a situação já foi reportada ao Ministério da Educação.

Num comunicado emitido esta quarta-feira, a PJ adiantava que identificou “um menor com 14 anos, por fortes indícios da prática de um crime de homicídio qualificado, que vitimou a sua mãe”. A vítima, vereadora da Câmara de Vagos, de 49 anos, “foi atingida por um disparo de arma de fogo, quando se encontrava no interior da sua casa”, explicava a PJ. Ainda não é claro, contudo, se só feito um disparo, estando as autoridades à espera dos resultados preliminares da autópsia, que só se deve realizar esta quinta-feira no Gabinete Médico-Legal de Aveiro.

“Na sequência das diligências realizadas de imediato, foi possível identificar e recolher vários indícios de prova e recuperar a arma de fogo utilizada, que pertence ao pai do menor”, finaliza a PJ.

O jovem, que permanece sob a custódia da PJ, será esta quinta-feira presente a um primeiro interrogatório num tribunal de família e menores da comarca de Aveiro, já que, como tem menos de 16 anos, não é criminalmente imputável. Tal significa que será sujeito à justiça de menores, no âmbito de um processo tutelar educativo, que, na pior das hipóteses, redundará numa medida de internamento num centro educativo por um máximo de três anos. Para já, o tribunal de família poder-lhe-á aplicar uma medida cautelar educativa, que no pior cenário implicará que o jovem seja internado, em regime fechado, num centro educativo por um prazo máximo de seis meses.

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