Seguro tem “provas dadas ao serviço dos valores democráticos”, diz Carneiro ao recomendar apoio

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Foi com um longo mas contido aplauso que os membros da comissão nacional do PS responderam quando José Luís Carneiro disse, sem surpresa, que a proposta de deliberação que apresenta, com Carlos César, é o apoio a António José Seguro como candidato a Presidente da República. Seguro, argumentou, “tem provas dadas no serviço aos valores democráticos constitucionais” e é quem hoje melhor representa o “campo do socialismo democrático”.

Na proposta de resolução elaborada pelos dois mais altos dirigentes do partido, a que o PÚBLICO teve acesso, o PS assume-se preocupado “com os riscos” de um “desfecho eleitoral presidencial alimentador de radicalismos, de indefinições perigosas e de partidarismos extremos, ou de adulteração dos direitos constitucionais que enformam garantias individuais e de cidadania”. O recado encaixará em candidatos como André Ventura, Henrique Gouveia e Melo e até Luís Marques Mendes.

Este apoio formal a Seguro, fez questão de salientar o secretário-geral perante a comissão nacional, “em nada pode colocar em causa a liberdade dos dirigentes, militantes e simpatizantes” do partido, cuja “liberdade de opção” será sempre respeitada. Na plateia estava, por exemplo, o antigo ministro António Correia de Campos, que já foi anunciado como mandatário distrital de Gouveia e Melo por Viseu.

“Além de ter sido secretário-geral dos jovens, António José Seguro foi também secretário-geral do partido”, realçou José Luís Carneiro, que elencou depois outras funções, como a de secretário de Estado, ministro-adjunto, eurodeputado e autor da reforma do Parlamento.

“Considerando o tempo social e político exigente, só a resposta do socialismo democrático, da autêntica social-democracia, poderá responder às exigências fundamentais (…) Quem representa esse campo do socialismo democrático é, no actual momento, o António José Seguro“, argumentou o líder do PS.

A três meses das presidenciais – que deverão ocorrer a 18 de Janeiro –, o PS é um dos últimos partidos a anunciar apoio a um candidato, apesar de António José Seguro ter tornado pública a sua entrada na corrida no início de Junho e já ter lançado oficialmente duas semanas depois.

Esperar pela decisão de outros

“Estamos a cumprir escrupulosamente três compromissos que tínhamos assumido”, apontou Carneiro ainda antes de anunciar o nome de Seguro. “Sempre afirmámos que seria depois das eleições autárquicas e é o PS e só o PS que determina o tempo das suas decisões“, argumentou o secretário-geral, que acrescentou que o partido o faria sempre “na sede própria”, ou seja, na comissão nacional, que é o órgão deliberativo entre congressos.

O outro compromisso era o de esperar que os potenciais candidatos avaliassem se pretendiam ou não avançar entre os nomes de proto-candidatos estiveram Ana Gomes, António Vitorino, Augusto Santos Silva, Mário Centeno, e Sampaio da Nóvoa. Ou seja, foi preciso aguardar pelo que Carneiro chamou de “tempo de maturação por quem decidiu avaliar se reunião ou não as condições para avançar com uma candidatura”. O líder do PS até confidenciou que essas pessoas o contactaram, assim como a Pedro Nuno Santos, mantendo a “reserva do diálogo” que não permitiu que o teor das conversas chegasse a público. “Queria dizer a esses camaradas e cidadãos que queremos contar com o seu prestígio” no partido e na vida pública.

A proposta de resolução de Carneiro e César aponta também o que o PS espera do novo Presidente da República: “Um entendimento respeitador das competências dos diferentes órgãos de soberania e uma acção de redução da permeabilização dos poderes políticos aos retrocessos e ao enfraquecimento do nosso Estado de Direito democrático.” O novo inquilino de Belém deve ser o garante do “equilíbrio dos interesses sociais, culturais, políticos e partidários” da sociedade portuguesa, contribuir para “suster as tentativas de desvalorização das marcas de Abril”, e ser uma referência e o impulsionador da defesa da democracia.

“Espera-se que o próximo Presidente da República tenha, igualmente, num mundo onde subsistem conflitos armados e riscos múltiplos para a segurança e a paz, uma leitura conhecedora, progressista, suficiente e previamente aclarada, sobre as questões essenciais que configuram a a tualidade internacional”, lê-se ainda.

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