A Tesla deu mais um passo em direcção à condução autónoma. Em Austin, no estado norte-americano do Texas, os veículos de teste da marca passaram a circular sem qualquer pessoa a bordo, depois de a empresa ter retirado os condutores e monitores de segurança que até agora acompanhavam estas experiências nas estradas públicas.
Cerca de seis meses depois de iniciar os testes do seu futuro serviço de robotáxis, a fabricante de automóveis eléctricos considera que a tecnologia atingiu maturidade suficiente para dispensar a supervisão humana. Primeiro, houve um funcionário ao volante, pronto a intervir. Depois, esse papel passou para o lugar do passageiro. Agora, desapareceu por completo.
A confirmação surgiu, como tantas outras decisões estratégicas da Tesla, nas redes sociais. Vídeos que mostravam um Model Y a circular no trânsito urbano sem ocupantes levaram Elon Musk a confirmar que os testes estão efectivamente a decorrer com viaturas sem ocupantes. A conta oficial da empresa na plataforma X acrescentou uma frase enigmática: o processo acontece devagar — e depois tudo de uma vez.
Testing is underway with no occupants in the car
— Elon Musk (@elonmusk) December 14, 2025
Este avanço aproxima a Tesla de um lançamento comercial de transporte autónomo, colocando-a em confronto directo com a Waymo, da Alphabet, que já opera serviços semelhantes noutras cidades norte-americanas. Musk, que recentemente afirmou que a concorrência “nunca teve hipóteses”, vê assim ganhar forma uma promessa repetida ao longo de quase dez anos: transformar os automóveis da marca em veículos totalmente autónomos através de simples actualizações de software.
O entusiasmo interno é visível, em particular nas declarações de Ashok Elluswamy, responsável pela inteligência artificial da empresa. Mas a decisão de remover os humanos do processo deverá aumentar o escrutínio regulatório e mediático. A frota de testes em Austin, apesar de reduzida, esteve envolvida em pelo menos sete acidentes desde Junho. Pouco se sabe sobre esses episódios, já que a Tesla opta por ocultar grande parte da informação nos relatórios enviados à NHTSA, a agência federal norte-americana para a segurança rodoviária.
A transição foi cuidadosamente faseada. Em Junho, a empresa começou a oferecer viagens a um grupo limitado de influenciadores e clientes. Em Setembro, os monitores passaram para o lugar do condutor. Agora, a presença humana foi eliminada. A lista de espera acabou, a área de serviço foi alargada na região metropolitana de Austin, mas a frota continua modesta, estimada entre 25 e 30 veículos.
Será desta?
Como sempre acontece com a Tesla, as promessas de Elon Musk exigem prudência. Em Julho, o empresário garantia que os robotáxis da marca iriam servir metade da população dos Estados Unidos até ao final do ano. Em Novembro, a meta foi revista: o objectivo passou a ser, apenas, duplicar a frota em Austin para cerca de 60 viaturas.
O contexto regulatório ajuda a explicar esta contenção. O Texas oferece um enquadramento muito mais permissivo do que a Califórnia, onde a Tesla também testa serviços de transporte, mas com condutores humanos a utilizar o software de assistência à condução.
A distância entre discurso e realidade estende-se também ao hardware. Em 2016, Musk assegurava que todos os Teslas produzidos já tinham o equipamento necessário para atingir autonomia total. A afirmação revelou-se errada e acabou apagada do blogue oficial da empresa. Hoje, o próprio CEO admite que existem milhões de veículos na estrada que necessitam de alterações físicas para chegarem ao nível de autonomia prometido.
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