O norte-americano Daniel Lopatin, o músico por trás de Oneohtrix Point Never (OPN), gosta de trabalhar a partir de uma visão. Já o ouvimos, por exemplo, a inventar uma estação de rádio para os seus sobrevoos sobre a cultura pop (Magic Oneohtrix Point Never, álbum de 2020), uma pseudobanda de rock musculado para fazer música estranhíssima (Garden of Delete, 2015) ou a detectar loops de melancolia em material pop duvidoso como The lady in red, de Chris de Burgh (Nobody here, um monumento vaporwave). Em Tranquilizer, encontrou rastilho artístico num arquivo de CD com samples do início dos anos 2000 que encontrou online (500 gigabytes de áudio). Havia, naqueles sons, uma ideia de futuro tornada obsoleta, artefactos funcionais, potenciais jingles, templates sonoros.
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